SBH-Casa Grande e Senzala
Estado versus família: capítulo 3 – o quadro familiar é poderoso e exigente, como explicitado pelos exemplos (como o homem que mandou matar sua mulher adúltera sem que a Justiça chega-se a julgá-la ou punir o culpado). Assim, essa “sombra” que é o privado persegue os homens até no âmbito público, dessa forma, resultando em sentimentos próprios à comunidade doméstica sendo predominantes em toda a vida social.
Homem Cordial – não é de SBH, mas de Ribeiro Couto: escreveu carta para o Embaixador Mexicano, que tinha uma publicação de revistas, em 1931, foi a primeira vez que a expressão “homem cordial” foi utilizada, no “O homem cordial, produto americano” – espírito hospitaleiro e tendência à credulidade. “Somos povos que gostam de conversar, de fumar parados, de ouvir viola, de cantar modinhas, de amar com pudor, de convidar o estrangeiro a entrar para tomar café, de exclamar para o luar em noites claras, à janela: – Mas que luar magnífico! Essa atitude de disponibilidade sentimental é toda nossa, é ibero-americana... Observável nos nadas, nas pequeninas insignificâncias da vida de todos os dias, ela toma vulto aos olhos do crítico, pois são índices dessa Civilização Cordial que eu considero a contribuição da América Latina ao mundo.”
Cap 5: “O homem cordial”
O autor começa descrevendo que o Estado não é uma ampliação do círculo familiar (“não é uma integração de certos agrupamentos” – é antes disso uma oposição).
Cita que a indistinção entre o Estado e o círculo familiar foi um “prejuízo romântico” do século XIX e que os defensores dessa ideia argumentavam que o Estado é descendente direto da família.
A partir daí, SBH afirma que somente através da transgressão da família é que se tem o Estado e que somente assim se tem cidadão, contribuinte, eleitor e responsável. Há o triunfo do geral sobre o particular, do intelectual sobre o material, do abstrato sobre o corpóreo. Em suma, a ordem familiar é abolida