Saúde
ECG apresentado pelo Serviço de Arritmias Cardíacas e Centro de Fibrilação Atrial do Hospital Pró-Cardíco, a convite do Grupo de Estudos em Eletrocardiografia da SOCERJ
Autores: Eduardo Benchimol Saad, Fernanda d'Araujo Costa Ferreira, Paulo Joaquim Sibilio Maldonado Filho, Ieda Prata Costa, Fabíola Olanda Veronese, Luiz Eduardo Montenegro Camanho
Dados Clínicos
Paciente do sexo masculino, branco, 46 anos, hipertenso leve a moderado, com história de crises de palpitação taquicárdica desde a préadolescência. Nos últimos anos houve agravamento dos sintomas, apesar do uso de Amiodarona (400mg/dia). Após episódio sincopal, deu entrada no setor de emergência apresentando o seguinte ECG (Figura 1):
ECG n° 1 – Análise
Ritmo taquicárdico, com QRS largo e intervalo RR regular. Observa-se padrão de bloqueio de ramo esquerdo nos primeiros 9 batimentos, seguido de um batimento com QRS estreito. A partir de então, a taquicardia se perpetua com padrão de bloqueio de ramo direito.
Conclusão
Utilizando-se os critérios eletrocardiográficos de Brugada1 para o diagnóstico diferencial entre taquicardia ventricular e taquicardia paroxística supraventricular (TPSV) com aberrância, conclui-se que este primeiro traçado é compatível com TPSV com aberrância, inicialmente pelo ramo esquerdo e, posteriormente, pelo ramo direito.
ECG n° 2 – Análise
No traçado em questão, observa-se ritmo taquicárdico, com QRS largo, intervalo RR regular e padrão de bloqueio de ramo esquerdo. Da mesma forma, a análise eletrocardiográfica sugere o diagnóstico de taquicardia supraventricular com aberrância. A partir do 150 batimento, o complexo QRS torna-se estreito, sem que haja interrupção da taquicardia. É importante ressaltar dois aspectos que favorecem o mecanismo da arritmia: 1- Na vigência da taquicardia com QRS estreito, pode-se notar fenômeno de alternância elétrica nas derivações aVL e V1, o que sugere uma reentrada por via acessória; 2- Durante aberrância