Saúde e Povos Indígenas

Com base no livro, “Saúde e Povos Indígenas”, organizado por Ricardo V. Santos e Carlos E. A, Coimbra Jr., estão apresentadas duas diferentes concepções sobre causas das doenças e seus respectivos itinerários terapêuticos. Em um dos textos contidos no livro, Representações de Doença e Itinerário Terapêutico dos Sionas da Amazônia Colombiana, a autora, Esther Jean Langdon aborda a concepção de doença e cura entre os Sionas. No decorrer do texto, Langdon mostra que os Siona tinham a forte confiança nos Xamãs e se baseavam apenas em atividade xamânicas para diagnosticar e curar uma doença. Com a perda drástica de muitos xamãs Siona, este povo procurou por buscar novas técnicas de cura e diagnóstico, como por exemplo através da biomedicida e dos medicamentos que esta oferece. Durante o texto, a escritora cita a morte de uma das mulheres dos Siona, Julia. Nesta descrição de sua morte, fica evidente que, como diz Lagndon, “o itinerário terapêutico, desloca-se do registro de efeito para o registro de causa.”. Fica claro, no caso de julia, a relação entre conceitos biomédicos e culturais em que, em busca da cura, os Siona utilizam todos os recursos acessíveis e que lhes parecem apropriados, reconhecendo a eficácia, em alguns casos, do tratamento biomédico.
Outro texto presente no livro, Etnomedicina Kulina de Donald K. Pollock aborda as concepções de doença e cura para o povo Kulina. O autor mostra que os Kulina classificam as doenças como externas e internas. Nas doenças externas se encaixam mordidas de insetos, furúnculos, urticárias e ferimentos, que são tratados geralmente com ervas. As doenças internas abrangem dois tipos principais, em que uma abrange adultos e crianças e a outras, bebês; estas apresentam dois tipos, dori e epetukái– que ameaça a vida da vitima. O autor aponta que apesar de a cura para doença dos Kulina ser baseada no uso de plantas e rituais xamanísticos, o grupo passou a aceitar a cura por medicamentos biomédicos, fornecidos por diferentes