Saúde Mental

A Psicanálise inserida no campo da Saúde Mental
A loucura ganha um lugar separado das categorias historicamente excluídas a partir da intervenção da psiquiatria num movimento, não de espaço de abertura ao retirar o louco dos asilos em comum, mas na criação de um novo espaço todo-fechado. Segundo Cavalcanti (1992), Pinel parte da premissa de que o “louco” é desprovido de razão e que o tratamento tem como objetivo, justamente, a recuperação e reestabelecimento desta. (RINALDI, 1998; idem, 2000)
Desta forma, a ordem médica, de normatização e estabelecimento de um padrão de “normalidade”, apodera-se do espaço de tratamento da loucura. Tal tratamento passa a ser completamente institucionalizado e burocratizado, para um suposto melhor funcionamento. Os médicos passam a serem funcionários de uma grande máquina, em que não é mais interessante questionar-se pelos objetivos originais desta prática, mas apenas desenvolvê-la, onde a subjetividade do paciente é quase que completamente excluída em detrimento das normas e manuais de rotina. (RINALDI, 1998)
O tratamento psiquiátrico basicamente de medicação, mesmo quando é apoiado por outras medidas terapêuticas, de uma forma, cala a fala do paciente como sujeito. Atribuindo à loucura status de doença, há uma hierarquização entre a palavra do médico, que detém o saber sobre a “doença”, e a do “paciente”, que é lugar de desrazão. (RINALDI, 2000)
Neste sentido, a Psicanálise aparece como solução nesse espaço calado, instituindo a escuta e o questionamento, a partir de Freud, da oposição de normalidade e patologia. Ainda, a falta de um manual de tratamento preestabelecido e a suspensão de um conhecimento rígido faz a “singularidade subjetiva” dos analisandos seja a protagonista de seu próprio tratamento. (RINALDI, 1998)
A Psicanálise atua procurando tornar consciente aquilo que era reprimido no sujeito, além de desvendar suas resistências. Essa vertente da psicologia não busca um alívio sintomático rápido, pois, diferentemente