Saúde mental e gestação

A saúde mental da mulher na gestação e no pós-parto: O tornar-se mãe

A gestação constitui um momento da vida da mulher que envolve aspectos biológicos, hormonais, psicológicos e sociais, alterando a saúde física e emocional da gestante. Tendo como enfoque as alterações psicossociais, a vivência do papel materno envolve importantes mudanças no ciclo de vida e familiar da mulher, permeado por sentimentos e expectativas. A gestante passa a vivenciar o tornar-se mãe, que envolve uma reestruturação de sua identidade. A gestante vivencia um novo papel em sua vida, além do de mulher, filha, cônjuge e, na sociedade atual, podemos incluir também o de trabalhadora, que constituem a sua identidade. A forma como a gestante vivencia o papel materno tem relação com o significado que a maternidade tem para ela, sendo que tal significado foi construído ao longo de sua história de vida. A gestação e o período pós-parto são momentos diferentes do tornar-se mãe. A gestante tem expectativas em relação ao filho e pode apresentar ansiedade quanto ao parto. No pós-parto a mãe terá que adequar suas expectativas em relação ao filho e irá começar a desempenhar os cuidados com o bebê, de forma a atender suas necessidades, exercendo assim a função materna. Quando a mulher vivencia dificuldades psicossociais na gestação ou período pós-parto é necessária a intervenção psicológica, pois tais alterações emocionais podem prejudicar a saúde da mãe e do feto, o trabalho de parto e o desenvolvimento da criança. Considerando as diferenças entre os dois períodos, podemos dizer que durante a gestação as intervenções têm o objetivo de diminuir a ansiedade da gestante e o fortalecimento da sua rede de apoio. No período pós-parto as intervenções psicológicas visam desenvolver/fortalecer os comportamentos adaptativos em relação às mudanças advindas com a maternidade. Em ambos os períodos, quando há dificuldades psicossociais, na intervenção psicológica trabalha-se com a