Saude
“A curto prazo, o preço do petróleo converteu-se em um dos fatores fundamentais para a evolução cíclica da economia global. Cada uma das três últimas recessões mundiais (1980-1982, 1991-1993 e 2001-2002) foram provocadas, pelo menos em parte, pelo aumento acentuado do preço do petróleo”, observa Paul Isbell, pesquisador chefe de Economia Internacional do Real Instituto Elcano. Isbell acredita que “embora a economia mundial tenha suportado bem a elevação dos preços nos últimos três anos, continua vulnerável a uma nova escalada, o que provocaria um novo soluço da inflação, empurrando as taxas de juros para cima e pondo fim à pujança do crescimento atual”. Nesse contexto, retomou-se o debate em torno da utilização da energia nuclear que, em países como a Espanha, havia sido interrompido com a decisão de não utilizá-la. São inúmeros os que propõem a retomada da discussão como forma de refrear a mudança climática e o aumento dos preços do petróleo. O comissário europeu de Assuntos Econômicos, Joaquín Almunia, admitiu este ano que, embora fosse sempre contrário, considerações estratégicas sobre a independência energética da União Européia levaram-no a reavaliar a posição de não-utilização desse tipo de energia que, em sua opinião, deve ocorrer mediante anuência de todo o velho continente. Na Europa Ocidental, a Finlândia lidera a retomada da energia nuclear com o projeto de uma usina de 1.600 MW aprovada pelo parlamento finlandês em 2002, e que entraria em funcionamento no final da década.
Produção elétrica
Isbell lembra ainda que “praticamente não se usa o petróleo para gerar eletricidade”, e é exatamente aí que a energia nuclear poderia substituir objetivamente o petróleo. Apesar disso, Marcel Coderch Collel, secretário da Associação para o Estudo dos Recursos Energéticos (AEREN), discorre em seu artigo “A miragem nuclear à luz da situação energética mundial” sobre a possibilidade hipotética de aumentar