Saude publica
Entende-se a transição nutricional, segundo KAC (2010), como um processo de inversão dos padrões alimentares e nutricionais de uma determinada população, marcada pela passagem do perfil nutricional de desnutrição para a obesidade. Observa-se, juntamente com esta inversão, uma mudança nos padrões sócio-econômicos, demográfico e de saúde da população (PINHEIRO, 2004). O padrão alimentar e o estilo de vida da população brasileira vem sofrendo mudanças desde a década de 70, e isto é demonstrado atualmente principalmente pela mudança no consumo alimentar, repercutindo sobre o seu perfil nutricional. (MONTEIRO et al., 1995). Concomitante à redução contínua da desnutrição, observa-se o aumento da prevalência de excesso de peso, contribuindo com o aumento das doenças crônicas não transmissíveis – DCNTs (COUTINHO, GENTIL e TORAL, 2010).
O contexto no qual os hábitos alimentares da população brasileira foram gradualmente se modificando é delineado principalmente pelos seguintes aspectos: equívocos nos moldes da educação nutricional (AQUINO, 2007), modernização, globalização e a consequente popularização dos fast-food (BARRETO, 2005). Além disso, pode-se destacar também o estilo de vida dito “ocidentalizado”, a inserção da mulher no mercado de trabalho e o consequente impacto sobre a família (BATISTA FILHO, 2003), proliferação do sedentarismo (BARRETO, 2005) e a desigualdade social tão marcante no Brasil(BATISTA FILHO, 2003).
Nas últimas décadas o Estado propôs políticas públicas e programas que visam monitorar e dar resolutibilidade aos agravos nutricionais que surgiram, porém não se percebe sua efeitidade. Isso decorre em virtude de ações sem continuidade, assistências pontuais, frente a um problema que envolve diversas áreas como as da saúde, renda, ambiente, educação , cultura, entre outras (BARROS & TARGAGLIA, 2003). Os gastos do Ministério da Saúde com atendimentos ambulatoriais e internações em função das DCNTs estão