saude mental
A assistência psiquiátrica no Brasil, após um século da sua institucionalização, em 1852, pouco se modificou, mantendo-se restrita ao interior dos asilos e com uma função exclusivamente segregadora.
A criação do hospício Pedro II, em 1852, assinala o marco institucional do nascimento da psiquiatria e da enfermagem psiquiátrica no Brasil. O doente mental, que pode desfrutar durante longo tempo de apreciável grau de tolerância social e de relativa liberdade, teve essa liberdade cerceada junto a outros indivíduos ou grupos de indivíduos que, por não conseguirem ou não poderem adaptar-se a uma nova ordem social, passaram a ser vistos como uma ameaça a esta mesma ordem (RESENDE, 1987).
Assim, a partir do final da século XVIII as Santas Casas passaram a incluir entre seus hóspedes os doidos, dando-lhes porém tratamento diferenciado dos demais doentes: amontoou-os em porões, sem assistência médica, reprimidos por espancamentos ou contensão em troncos.
De acordo com MEDEIROS (1977) e RESENDE (1987), a partir de 1830 começaram a surgir os primeiros protestos contra a precariedade das Santas
Casas, contra o tratamento desumano que era dado aos loucos e críticas à violência e brutalidade a que os doentes eram submetidos.
Além disso, argumentava-se pela necessidade de criação de um espaço onde se tratasse os loucos, agora doentes mentais, segundo as teorias e técnicas já em prática na Europa. Nasceu assim o hospício Pedro II, em 1852, no Rio de
Janeiro, com a função de remover e excluir o "elemento perturbador".
À época a enfermagem era exercida pelas irmãs de caridade e atendentes, sendo que suas ações caracterizavam-se pela repressão e punição.