Saude do Homem
Esse descaso com sua saúde, visto hoje em dia, já com certa naturalidade não é o único fator de risco para o grande número de doenças do sexo masculino e, consequentemente, de óbitos. Mesmo em tempos de globalização, o preconceito e até a falta de informação estão entre as justificativas mais apresentadas na hora de tentar explicar o sumiço das visitas aos consultórios médicos.
Na área oncológica, o problema ganha ainda mais expressão. Os tumores estão no terceiro lugar no ranking das causas de mortes da população masculina. E, esmiuçando os dados referentes a neoplasias, o mesmo estudo do Ministério da Saúde diz que o câncer de próstata aparece em segundo lugar, atrás de tumores ligados ao aparelho respiratório (traqueia, brônquios e pulmão).
Se o assunto é o câncer e a saúde do homem, as neoplasias de pênis e testículos também têm lugar assegurado e estão entre as preocupações da classe médica e do sistema público de saúde. O primeiro caso corresponde a 2% das neoplasias detectadas no público masculino, e o segundo, a 5%. Infelizmente, o Brasil é o campeão mundial do câncer de pênis e aparece como o país com maior incidência da doença, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia.
Contexto cultural
O câncer de próstata cultiva um aspecto que não é estritamente ligado à velhice, mas impulsionado pela resistência cultural. Não se trata de ignorar que a prevalência mais significativa é de fato entre os mais velhos, mas de reconhecer que o tabu talvez seja a principal barreira para o diagnóstico precoce. Prova disso é o resultado do estudo do Centro de
Referência de Saúde do Homem, considerado o maior serviço público de urologia do estado de São Paulo, que mostra que um em cada cinco homens se recusa a passar por exame retal para diagnóstico do tumor de próstata. Ainda assim, já é possível falar em aumento na detecção de casos. Mesmo que timidamente, parece haver uma mudança de hábitos, com a queda gradativa da