Sasa
Érika Masin Emediato
Capítulo I – Introdução.
Os animais desenvolvem estilos próprios de comportamento que lhes permitem a sobrevivência. O homem, como uma dentre as várias espécies de animais existentes, também desenvolveu processos de convivência, reprodução e defesa. Estas são atitudes instintivas, isto é, ações e reações espontâneas e que dispensam o aprendizado. Entretanto, ao contrário dos outros animais, que por dificuldades impostas pelo ambiente, quer por particularidades da própria espécie, também desenvolveu comportamentos que dependem de aprendizado. (Ex: As crianças aprendem a conter sua fome e a comer em horários regulares, aprendem a brincar e a obedecer e, mais tarde, quando crescem, aprendem a trabalhar, a administrar e a governar).
O homem, portanto, distingue-se das demais espécies porque grande parte de seu comportamento não se desenvolve naturalmente em sua relação com o mundo nem se transmite a sua descendência pelos genes. Ele necessita do aprendizado para adquirir a maior parte de suas formas de comportamento.
Logo, para “tornar-se” humano, o homem precisa do convívio social – só assim terá condições de aprender com os seus semelhantes uma série de atitudes que jamais poderia desenvolver no isolamento.
Esse aprendizado é proporcionado por um sistema de símbolos que constituem as linguagens, por meio das quais somos capazes de nos comunicar e transmitir nossos conhecimentos.
O homem interpreta a realidade e atribui sentido a ela. Esse conhecimento do mundo, no entanto, é marcado pelo espaço e tempo que o produz e pelos grupos com os quais dividimos nossas experiências. Por isso é que há tanta diversidade de interpretações da realidade que nos cerca.
No Ocidente, durante a Antiguidade, predominou o pensamento mítico e religioso que concebia o mundo como uma obra divina submetida aos desígnios do criador. Essa mentalidade mítica, que não trata o mundo em suas bases