Sarcopenia da caquexia reumatoide: conceituação, mecanismos, consequências clínicas e tratamentos possíveis
Oswaldo Melo da RochaI; Andréa de Almeida Peduti BatistaII; Nailza MaestáIII; Roberto Carlos BuriniIV; Iêda Maria Magalhães LaurindoV
IProfessor Doutor da Disciplina de Reumatologia UNESP
IIProfessora Assistente da Disciplina de Reumatologia UNESP
IIIDoutora em Nutrição, pós-doutoranda do CeMeNutri UNESP
IVProfessor Titular Departamento de Saúde Pública, responsável pelo CeMeNutri UNESP
VProfessora Doutora da Disciplina de Reumatologia FMUSP
Endereço para correspondênciaRESUMO
A caquexia relacionada à artrite reumatoide é conceituada como perda involuntária de massa magra, predominantemente de músculo esquelético, que também ocorre em vísceras e sistema imune, com massa gorda estável ou um pouco elevada e com pequena ou nenhuma perda de peso. A causa é multifatorial, incluindo a produção acentuada de citocinas, principalmente TNFα e IL-1β, diminuição da ação periférica da insulina e pouca atividade física. A caquexia se faz presente em doentes com AR ativa ou mesmo inativa. Neste artigo discutem-se aspectos relacionados à patogenia, implicações clínicas e possíveis opções terapêuticas.
Palavras-chave: sarcopenia, caquexia, artrite reumatoide, composição corporal.
INTRODUÇÃO
A musculatura esquelética constitui o maior tecido do corpo, compreendendo a maior massa celular e o maior componente proteico do organismo.1 O tecido muscular, responsável pela autonomia motora do indivíduo, participa não só da homeostase glicêmica e da metabólica, com o suprimento de aminoácidos aos demais tecidos, como também da oxidação das gorduras, fixação do oxigênio e modulação do gasto energético de repouso.1
A massa muscular é resultante do equilíbrio entre síntese (anabolismo) e catabolismo (destruição) das suas proteínas, principalmente as miofibrilares. Os fatores catabólicos incluem resistência insulínica e níveis elevados de glicocorticoides,