SARCOMA DE KAPOSI ASSOCIADO À SINDROME DA IMUNODEFICIENCIA ADQUIRIDA
INTRODUÇÃO O Sarcoma de Kaposi (SK) foi descrito como uma nova patologia em 1872 pelo dermatologista húngaro Morris Kaposi (BUONAGURO et al., 2003). É uma doença proliferativa de origem vascular, caracterizada pela proliferação de células em forma de fuso, angiogênese e infiltração de células inflamatórias (MARQUES; MANSUR, 2000). Trata-se de uma neoplasia rara, maligna, com característica de lesões cutâneas, múltiplas, vinhosas e nodulares, que acometia, principalmente, idosos do sexo masculino descendentes de judeus do Leste Europeu, tendo maior prevalência na América do Norte e Europa (KAPOSI, 1982). Essas lesões podem ocorrer em qualquer área cutânea, sendo mais comuns na cabeça, no pescoço e na região superior do tórax (MARQUES; MANSUR, 2000). Em alguns casos, o SK pode acometer também os pulmões, o fígado, trato gastrintestinal, nódulos linfáticos, coração e sistema nervoso central (DETAILED, 2005). A classificação do SK é feita em quatro formas: o SK clássico descrito por Morris Kaposi; SK iatrogênico, que está associado a imunossupressores; o SK endêmico presente no continente africano e que acomete principalmente adultos, jovens e crianças negras, e o Sarcoma de Kaposi AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) – associado, mais conhecido como SK epidêmico (MARTIN et al., 1993). Esses três últimos tipos de SK foram identificados em estudos realizados nos últimos 30 anos (CORRIÇA et al., 2009). A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA/AIDS) foi descrita nos Estados Unidos no início da década de 80 devido à ocorrência inexplicada de pacientes jovens, homossexuais, do sexo masculino previamente saudável sendo acometidos por uma pneumonia atípica, causada por um microorganismo oportunista chamado Pneumocystis carinii. Esses jovens apresentavam também lesões cutâneas com características do Sarcoma de Kaposi, cujo estudo histopatológico confirmou o diagnóstico de SK