Santo agostinho

5817 palavras 24 páginas
O Estado Operário Revolucionário – Nahuel Moreno

Extraído do livro "Conversando com Moreno", cap. 5, entrevista com Nahuel Moreno, 1986)

(...) Suponhamos, concretamente, que nosso partido tome o poder: como seria o Estado? Quais seriam suas principais diferenças com os Estados dirigidos pela burocracia?
Moreno: A primeira de todas é que nos opomos a dizer que nosso partido toma o poder; é uma afirmação perigosa. Se um exército guerrilheiro ou um partido operário oportunista encabeça uma revolução e toma o poder, podemos apoiar esse processo como progressivo, mas, programaticamente, somos contra a que esse exército ou partido operário tome o poder, como organização em si.
Nosso programa reivindica a tomada do poder pela classe operária através de suas organizações, das quais devem participar todos os partidos de classe, e nessas organizações nós tentaremos ter a maioria, para dirigí-Ias. Esta é a nossa primeira grande diferença com a burocracia.
A segunda, que decorre da primeira, é que não queremos construir um Estado totalitário, absolutamente controlado por nosso partido, e sim exatamente ao contrário. Queremos substituir o parlamento burguês por organismos muito mais democráticos, como podem ser os sindicatos, as comissões de fábricas, soviets, enfim, as organizações nas quais a classe operária acredita. Além disso, alentaremos a criação de organismos tais como as cooperativas, as organizações de bairro etc., onde reine a democracia permanentemente.
Alguns defensores dos Estados operários existentes[1] dizem que neles há democracia "de base" ou "de massas" - assim a chamam -, porque existem organizações de bairro, onde se discutem os problemas locais, com a coleta do lixo ou o asfalto das ruas. Não nos enganemos: não existe democracia se não reina o direito de formar tendências, facções e partidos em todas as organizações de massas e instituições do Estado central, para discutir e resolver sobre todos os problemas, desde o plano econômico nacional até

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