Santo Agostinho
A Teoria da Iluminação
Para Agostinho, a fé e a razão são elementos indispensáveis e interdependentes, na busca da felicidade e da santidade. A santidade não se alcança por mero processo intelectual, mas também por intuição e fé. Já a razão complementa a fé, no sentido de provar sua correção. Credo ut intteligan, intteligo ut credam (creio para entender e entendo para crer).
A razão, portanto, relaciona-se profundamente com a fé. É necessário crer para entender e entender para crer. Está claro que, para o filósofo cristão, a filosofia é a penas um instrumento voltado para a compreensão das verdades de fé.
Apesar de Agostinho não aceitar, na íntegra, a filosofia platônica, são grandes as influências do filósofo grego em sua obra. Por exemplo, a concepção pelo cristão, e, com ela, boa parte de suas consequências.
A grande consequência gnosiológica dessa concepção de homem é clara. Há grande diferença entre o conhecimento adquirido e necessário. Portanto, temos um conhecimento limitado pela esfera dos sentidos outro que constitui a própria verdade.
Apesar das semelhanças entre ele e Platão, Agostinho nega veementemente a teoria platônica da reminiscência, substitui-a pela teoria da iluminação. Essa última baseia-se no fato de que Deus, ao nos criar, torna-nos participantes do ser. Se Deus é a verdade suprema, participamos, por iluminação, da verdade. Em outras palavras, eus ilumina o ser humano, permitindo que ele capte as verdades eternas presentes na mente divina.
Neste ponto, podemos ver que a diferença entre Platão e Agostinho reside no fato de o filósofo ateniense considera o conhecimento da verdade uma lembrança de um conteúdo passado e o filósofo cristão considerá-lo uma luz eterna que procede de Deus e atua em nosso espírito, possibilitando o conhecimento das verdades eternas.
Cidade de Deus
A teoria política de Agostinho está baseada na teoria platônica do desprezo pelo mundo material em favor do mundo espiritual, que em