Santo Agostinho
Agostinho nasceu na cidade de Tagaste, a cerca de 90 km do Mediterrâneo, na Numídia (atual Souk Ahras), à época uma província romana do norte da África. Apesar do gentílico Aurelius, que poderia indicar a aquisição da cidadania romana sob o reinado de Marco Aurélio, Cômodo ou Caracala, Agostinho era de ascendência berbere. Seu pai, Patricius, era um berbere romanizado, cidadão romano, pagão; a mãe, Mônica, era berbere cristã. A esperança da família, sem muitos recursos, era educar seus filhos para que se tornassem professores, advogados ou membros da administração imperial. Agostinho foi educado no norte da África e resistiu aos ensinamentos de sua mãe para se tornar cristão.
Com onze anos de idade, foi enviada para a escola em Madaura, uma pequena cidade da Numídia. Lá se familiarizou com a literatura latina e com práticas e crenças do paganismo. Em 369 e 370, permaneceu em casa.
Durante esse período Agostinho leu o diálogo Hortensius de Cícero (hoje perdido), que deixaria uma impressão duradoura sobre ele e despertando-lhe o interesse pela filosofia. Passou a ser um seguidor do maniqueísmo.10
Com dezessete anos, graças à generosidade de um concidadão, chamado Romaniano, o pai de Agostinho pôde enviá-lo para Cartago para continuar sua educação na retórica. Vivendo como um pagão intelectual, ele tomou uma concubina. Numa tenra idade, desenvolveu uma relação estável com uma jovem, em Cartago, com a qual viveu em concubinato por quinze anos e com quem viria a ter um filho, Adeodato. Segundo a lei romana, sendo a mulher de classe inferior, eles não poderiam se casar. O casal viria a separar-se em 386, quando ela o deixou em Milão e partiu para a Numídia.
Durante os anos 373 e 374, Agostinho ensinou gramática em Tagaste. No ano seguinte, mudou-se para Cartago a fim de ocupar o cargo de professor da cadeira municipal de retórica, e por lá permanecera durante os próximos nove anos.
Desiludido pelo comportamento indisciplinado dos alunos em