Santo Agostinho - o bem e o mal!
Santo Agostinho demonstra preocupação em esclarecer que toda natureza é um bem, uma vez que procede de Deus e que o mal, não incluído entre os seres criados, é tão somente aquilo pelo qual se dá a corrupção do modo [modus], da espécie [species] e da ordem [ordo], que são os atributos constitutivos dos seres ou naturezas.
Assim, natureza humana , criada por Deus, tende ao bem. Porém Ele, na sua infinita Bondade, quer deixar ao homem a escolha. Dá a liberdade, o livre-arbítrio. Por tudo que Deus criou ser bom, podemos parar nas suas criaturas e esquecer-se do Pai, assim, escolhemos um “ser de bem menor” e não o Bem Supremo. Nossa escolha é deficiente ao preferir a criatura e não o Criador.
Santo Agostinho também observou que, se nada de mal acontecesse alguma vez, não poderíamos conhecer e apreciar o bem. Ele constata que o mal não é um ser, não tem caráter ontológico, não tem nada de positivo, enfim ele é um não-ser e assim sendo seria impossível que o mal tenha se originado de Deus, pois Deus é aquele que dá o ser às coisas, ou seja, o mal não possui existência plena. É como a ferrugem que atinge o ferro. Não existe um ferro totalmente enferrujado, pois esse deixaria de existir. Assim como a ferrugem existe em função do ferro como elemento parasita e destruidor, também o mal só existe em função do bem.