Santa Maria Catarina Emerich
As Meditações de Anna Catharina Emmerich (1820-1823)
Aquele que deseja avançar de virtude em virtude, de graça em graça, deve meditar continuamente na Paixão de Jesus...
Não há prática mais proveitosa para a inteira santificação da alma do que a freqüente meditacão nos sofrimentos de Jesus Cristo.
São Boaventura
MIR EDITORA
São Paulo
2004
PREFÁCIO
As Emocionantes e admiráveis narrativas da Paixão e Morte de Jesus
Cristo, feitas pela Religiosa Agostiniana Anna Catharina
Emmerich, resultantes de suas profundas meditações quaresmais, no decurso de 1820 e 1823, sem que conste discrepância alguma dos respectivos textos evangélicos, constituem uma demonstração plausível da realidade dessas visões sobrenaturais.
Não se trata de fatos extraordinários submetidos às investigações científicas, mas sinceramente apreciados pela razão calma, refletida, que se conduz pelas leis do raciocínio às provas de sua veracidade. É verdade que a doutrina católica ordena e o bom senso exige que não se devem aceitar as visões ou revelações de ordem sobrenatural, sem primeiramente fazê-Ias passar pelo crivo de uma análise sensata, escrupulosa, submetida ao juízo da
Igreja, evitando que se tomem suscetíveis de ser reduzidas às proporções de fenômenos naturais.
Como é de esperar, deve ser esse o ponto de partida das investigações sobre a realidade das extraordinárias visões de
Catharina Emmerich.
Ora, é critério fundamental desse estudo conhecer quais os sinais característicos da origem das visões sobrenaturais.
Primeiramente, se deve notar que a alucinação se distingue da sensação. Se estes dois fenômenos se confundem, como efeito imediato e íntimo de uma modificação material dos órgãos dos sentidos, entretanto, profunda é a sua distinção, porquanto a alucinação se passa na imaginação e, portanto, é subjetiva, e a sensação se dá no sentido e vem de um objeto exterior, é objetiva.
A sensação está intimamente