saneamento básico
Revista online do Grupo Pesquisa em Cinema e Literatura
SANEAMENTO BÁSICO OU O MONSTRO DA MISÉRIA DA
CULTURA DE MASSAS
Luana Hordones CHAVES 1
Héder Júnior dos SANTOS 2
Resumo: Este ensaio propõe-se a discutir a pobreza vista através do cinema, todavia, mais que a pobreza econômica, tem-se em cena a pobreza cultural associada ao consumo da cultura de mercado que, através das mídias instituem pensamentos e comportamentos. Saneamento básico, o filme aponta as disparidades da apropriação da cultura, sugerindo que certas informações descontextualizadas podem gerar usos inúteis, incongruentes e risíveis. Espremidos entre o velho e o novo, observa-se que as relações da velha comunidade convivem com os aspectos que são típicos da modernidade, como os avanços tecnológicos, as referências da cultura de massa e as novas e xigências sanitárias, questão que provocará o “aparecimento” de um filme dentro do filme, isto é, da obra cinematográfica intitulada O monstro do Fosso. Tem-se, nesse contexto, aspectos marcantes da tecnologia moderna convivendo com elementos fortes de uma tradição tipicamente interiorana. Mais que os desafios surgidos a partir das descobertas do fazer cinematográfico, é evidente a miséria cultural como a própria analogia sugerida pelo nome do filme: o problema em questão é mesmo estrutural.
Palavras chave:
“Este filme não é ficção. O resto é verdade”
Ilha das Flores (1989), Jorge Furtad o
Da falta de estrutura à descoberta do cinema
Na produção cinematográfica de Jorge Furtado, diretor dos curtas- metragem Ilha das Flores (1989) e Sanduíche (2000), além dos longas O homem que copiava (2003) e
Saneamento Básico, o filme (2007), dentre outros, o uso de alguns recursos estilísticos
1
Bacharel em Relações Internacionais pela FFC/ UNESP, Campus de Marília, mestranda em Ciências
Sociais e membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Cinema e Literatura pela mesma instituição.
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