Salvador Foi Capital Brasileira Por 214 Anos1
Em 1549, o governo português instituiu no Brasil o sistema de governos gerais, enviando Tomé de Souza para ocupar o posto de primeiro governador geral. Foi ele que fundou a capital, junto a uma colina onde antes havia uma vila e determinou que a cidade seguisse um traçado prévio.
Salvador tornou-se um porto de apoio às navegações para o Oriente e também porto exportador de açúcar, já que a cana-de-açúcar era cultivada no Recôncavo Baiano e na Zona da Mata do Nordeste. A exploração do ouro e das pedras preciosas, a partir do século XVIII, e a necessidade de escoamento e fiscalização da extração, levaram à transferência da capital para o Rio de Janeiro, em 1763.
A nova face da estrutura urbana de Salvador é um fenômeno da reestruturação urbana e da cidade, que marca de forma flagrante a contradição entre o velho e o novo, entre o moderno e o atraso, entre os espaços de consumo e o consumo dos espaços. Constitui-se como uma metrópole regional poli (multi) nucleada, já que sua estrutura urbana revela-se com uma teia de relações entre áreas centrais e não centrais espraiadas por todo o tecido urbano.
No plano de vida cotidiana, esta nova fase da urbanização de Salvador cria e recria, destrói e reconstrói as relações entre os citadinos, sem deixar de reproduzir a segregação e a fragmentação social no espaço intra-urbano, tanto na escala das microestruturas, como os shoppings, como das macroestruturas, como os bairros. Isso, aliás, é uma marca da maioria das grandes cidades capitalistas.
O consumo espaço urbano e a produção dos espaços de consumo constituem processos que envolvem uma relação lógica e complexa porque articulam, no caso soteropolitano, diferentes sujeitos e conflitos de interesses que são traduzidos