sal da terra
Utilizando-se de dois elementos bastante presentes em nosso cotidiano, (o sal e a luz), Jesus compõe um ensinamento simples e esclarecedor, que, se posto em prática, é realmente capaz de transformar nossas relações com as pessoas e com os fatos.
Estamos, assim, diante de uma metáfora cheia de sabedoria. Ser "sal da terra" significa ser uma presença discreta e ao mesmo tempo essencial. Como tempero, o sal é imprescindível no preparo de muitos pratos. Por um lado, Sem ele, os alimentos se descaracterizam e perdem o sabor. Por outro lado, o sal em excesso pode estragar totalmente os alimentos, a ponto de que se torne insuportável comê-los. O sal deve, pois, estar presente na medida certa. por si só, ele não se faz notar, mas constitui um ingrediente que, de fato, não se pode substituir.
Nossa presença no mundo deve então obedecer a este mesmo parâmetro.
Por um lado, quando nos omitimos ou nos calamos diante das situações que nos interpelam, nós nos tornamos semelhantes a um alimento sem sal. Atuamos de um modo ausente e inexpressivo, à medida em que não somos capazes de contribuir efetivamente com o mundo onde vivemos. O desânimo e a descrença diante dos fatos, que usualmente geram essa atitude ausente, tiram o sabor de nossas ações, fazendo com que nossa atuação se torne mecânica e insignificante. Neste caso, pertencemos ao grupo das "pessoas sem sal". Uma "pessoa sem sal" é aquela que não se expressa, que não opina, que não se envolve, que não se compromete. Ela simplesmente vai vivendo ao sabor do vento, sem assumir metas e desafios realmente importantes.
Por outro lado, em uma atitude diametralmente oposta, equivalemos a um alimento demasiadamente salgado, quando tentamos impor nosso modo de ser e de pensar, sem considerarmos a existência de outros