Sacks (1998) aponta que a mãe, principalmente, detém o poder de se comunicar com o filho ou não. Aquelas mães que introduzem no mundo da criança objetos individuais, estáticos, rotulados, um diálogo empobrecido, levam seu filho à constrição intelectual, à passividade e à timidez. Já aquelas que incentivam a formação de um mundo conceitual, que realça um mundo perceptivo, elevando a criança ao nível do símbolo e do significado, num diálogo criativo, desperta sua imaginação e sua mente, desenvolve sua autossuficiência, espírito brincalhão, humor que a acompanharão pelo resto da vida .O desenvolvimento da linguagem é fundamental na comunicação e tem ligação direta com a organização do nosso pensamento e cognição. Ela é fundamental na nossa relação com o mundo e com nós mesmos. É ela que fornece os conceitos, as formas de organização real, a mediação entre o sujeito e o conhecimento. Isto é, a linguagem não representa apenas a comunicação; significa a regulação do pensamento e é um fenômeno profundamente histórico e social.Nesse sentido, a questão da família se mostra fundamental para essa consciência, pois ela será o primeiro elo de comunicação entre a criança surda e o mundo. De fato, ao tomar conhecimento da surdez do filho, os pais se desorganizam emocionalmente. O sentimento de culpa, por um bom tempo, impossibilita a aceitação da surdez, mas, aos poucos, os pais vão buscando orientações que os ajudarão a entender que a surdez tem características culturais próprias e que se o Surdo for estimulado a se comunicar desde cedo, poderá se desenvolver como qualquer criança. Cabe aos pais possibilitar à criança o desenvolvimento de sua linguagem natural, despertando nela a necessidade de se expressar e se comunicar. Para isso, a criança precisa estar num ambiente afetivo, com experiências positivas, que a faça sentir capaz, nunca a deixando à margem das práticas comunicativas.