Rwanda um Genocidio
A presente reflexão foi concebida no âmbito de um aprofundamento da história dos acontecimentos que despoletaram o genocídio de 1994 no Rwanda e suas repercussões. As turbulências na sequência de crises económicas, políticas e sociais sacudiram países, a semelhança do Rwanda; onde os conflitos existentes entre as duas etnias principais “Tutsis e Hutus” transformaram o país num autêntico barril de pólvora que culminou com o massacre. Em apenas cem dias foram exterminadas mais de 800.000 pessoas num macabro banho de sangue onde nem as crianças foram poupadas, sob o olhar impávido das organizações internacionais quiçá africanas.
Com base numa revisão bibliográfica explorei as bases que estiveram no surgimento do antagonismo entre os dois povos principais, desde os aspectos considerados relevantes para o desenvolvimento gradual dessa rivalidade, numa metodologia de recolha e análise dos dados, o resultado permite identificar o papel exercido pela comunidade Internacional e uma breve exaltação da actualidade em África.
1- Antecedentes
Para entendermos essa epopeia, uma incursão aos pressupostos históricos tornam-se necessários como forma de aprimorarmos os nossos conhecimentos no que viria a ser mais um dos horrores que marcaram a história negra.
Tendo uma das maiores densidades populacionais na África a Sul do Sahara, formava anteriormente parte do Rwanda-Urundi, um fideicomisso da ONU administrado primeiramente pela Alemanha 1890 e depois pela Bélgica 1916. Distinguem-se no Ruanda dois grupos étnicos: o grupo minoritário, tutsi eram uma raça aristocrática de pastores com altura de quase dois metros a pele clara e os hútus que representavam a maioria da população eram sobretudo agricultores e diferentes no aspecto físico dos primeiros. Desde 1916 que os Belgas administravam o país através dos reis Tutsis. A rivalidade entre os dois grupos era tanta que os hútus cansados de tanta exploração, em 1957 divulgam um manifesto pedindo mudanças na estrutura