Rubens fonseca
Foi um autêntico pós-modernista Tal particularidade se afirma como sendo uma inovação no cenário literário contemporâneo. Implacavelmente dotado de um estilo realista, cujo aspecto se materializa por meio de um discurso sem rodeios, Rubem Fonseca não se contorce, trata as palavras tais quais elas são, beirando ao coloquialismo e, muitas vezes, aos próprios palavrões, assim mesmo, sem maiores rodeios. Prova disso está no conto que nos serviu de exemplo. Outras particularidades se fazem relevantes em muitas das obras dele: o erotismo, a pornografia e a ironia.
Entre as obras cultivadas pelo autor podemos citar: A Coleira do cão (1965);Lúcia McCartney (1969); O homem de Fevereiro ou Março (1973); Feliz Ano Novo(1975); O Cobrador (1979); Romance Negro (1992); O Caso Morel (1973); A Grande Arte (1983); Bufo & Spallanzani (1985) e Agosto (1990).
Em seus livros despontam seres à margem da sociedade, assassinos, prostitutas, policiais, representados em um cenário povoado pela violência explícita e por uma alta voltagem sexual. Estes elementos são apresentados ao leitor através de uma linguagem austera, crua e sem circunlóquios. A ficção mesclada com fatos históricos também é uma característica da produção literária de Rubem Fonseca, como no retrato de Getúlio Vargas em Agosto, e a representação da trajetória existencial do compositor Carlos Gomes em O Selvagem da Ópera.
Rubem Fonseca também escreveu críticas cinematográficas para a revista Veja, em 1967. Recebeu, ao longo de sua carreira literária, várias premiações importantes, entre elas o Prêmio Camões, o mais importante do idioma português. Ele foi igualmente consagrado por seus roteiros escritos para o cinema, recebendo o Coruja de Ouro por seu roteiro Relatório de um Homem Casado, de Flávio Tambelini; o Kikito de ouro, no Festival de Gramado, pelo longa-metragem Stelinha, dirigido por Miguel Faria; e o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, pelo roteiro de A Grande Arte, acima