Ruanda
Este genocídio é normalmente associado à violência étnica. A população do Ruanda consiste maioritariamente em dois grandes grupos étnicos: os Hutus (cerca de 85%) e os Tutsis (cerca de 15%). Existiam também os pigmeus, apenas, cerca de 1% da população. Estes dois grandes grupos étnicos desempenharam papéis económicos diferentes, sendo os Hutus sobretudo agricultores e os Tutsi pastores e apresentavam uma suposta diferença na aparência física, onde os Hutus eram mais baixos, entroncados, escuros e com lábios grossos; enquanto os Tutsis eram mais altos, esguios, claros e com lábios delgados.
Assume-se que os hutus se tenham instalado primeiro no país vindos do sul e do oeste, e que os Tutsis se tenham instalado depois vindos de povoações do Nilo.
Quando a Alemanha em 1897 e depois a Bélgica em 1916 assumiram o governo colonial julgaram mais simples governar através de intermediários tutsis, que consideraram racialmente superiores aos hutus devido à sua aparência mais europeia. Em 1930 os Belgas decretaram o uso obrigatório de um bilhete de identidade onde cada indivíduo era classificado como hutu ou tutsi, acentuando a diferença étnica já existente. À medida que a data da independência (1962) se aproximava, os hutus entraram em luta para derrubar o domínio tutsi e impor o seu. Esta luta resultou em incidentes de violência que degeneraram em espirais de morticínios entre estes grupos étnicos.
Os hutus conquistaram a supremacia e mataram cerca de 20 mil tutsis em 1963. Durante as duas décadas seguintes, cerca de um milhão de ruandeses (sobretudo tutsis) procuraram refúgio em países vizinhos, de onde tentavam periodicamente invadir o país, resultando em mais matanças retaliatórias por parte dos hutus.
Em 1973 o general hutu Habyarimana organiza um golpe de estado