Rua dos clérigos
Nos seus primórdios era conhecida como Calçada do Correio-Mor; por terminar perto da primeira repartição do Correio, no já desaparecido Largo dos Ferros. Esta antiga repartição de Serviços Postais, por finais do século XVII, encontrava-se instalada na casa de João Soares de Carvalho (o Correio-Mor do Porto), com traseiras para a Travessa do Correio-Mor, que mais tarde viria a chamar-se Rua do Correio e que actualmente a conhecemos como Rua Conde de Vizela.(1) Poucos anos depois a Calçada do Correio-Mor é baptizada como Calçada da Fonte da Arca, por estar próxima da Fonte da Arca na Praça da Liberdade.(1) Mais tarde foi denominada Calçada da Natividade que foi buscar à antiquíssima capela de Nossa Senhora da Natividade que, até 1836, existiu na praça Nova ou praça de D. Pedro (actual Praça da Liberdade).(1,2)
O terreno onde hoje corre a Rua dos Clérigos pertencia ao antigo casal Payo de Nabaes (Paio de Novais), que ocupava no século XV toda a área compreendida entre as actuais Praça de Almeida Garrett, Ruas do Bonjardim, da Fábrica e de Santa Teresa, Praças de Guilherme Gomes Fernandes, da Universidade e de Lisboa e da antiga Muralha Fernandina. As casas senhoriais e dos caseiras situavam-se no alto das Carmelitas, no lugar das Oliveiras ou sítio de S. Miguel-o-Anjo e os campos que ficavam em volta, entendiam-se por ali abaixo até à Estrada do Bonjardim. A topografia era plana no Campo das Hortas, vedado ao sul pela muralha, que na entrada dos Loios ostentava a chamada Porta ou Postigo de Santo Elói. À medida que subimos, e ao longo do muro, havia uma ladeira que no Campo da Cruz da Cassoa flectia levemente para a direita e continuava até ao Campo do Olival. Era a Estrada do Recolhimento do Anjo, vulgar caminho de carros no género dos ainda visíveis nas aldeias da época. No Campo de Cassoa, também no decorrer da muralha, havia um atalho estreito e íngreme destinado aos mais corajosos. O tráfego mais importante fazia-se pela Rua da Fábrica, que