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Prof. Elir Battisti
Uma definição de filosofia.
Concordamos com Comte-Sponville (2005) que Filosofar é viver com a razão que é universal. “A filosofia é questionamento radical, busca da verdade global ou última (e não, como nas ciências, desta ou daquela verdade particular), criação ou utilização de conceitos (mesmo que isso também se faça em outras disciplinas), reflexividade (volta do espírito ou da razão para si mesmo: pensamento do pensamento), meditação sobre sua própria história e sobre a história da humanidade, busca da maior coerência possível, da maior racionalidade possível (é a arte da razão, por assim dizer, mas que desembocaria numa arte de viver), construção, às vezes, de sistemas, elaboração, sempre, de teses, de argumentos, de teorias... Mas também é, e talvez, antes de mais nada, crítica das ilusões, dos preconceitos, das ideologias. Toda filosofia é um combate.
Sua arma? A razão. Seus inimigos? A tolice, o fanatismo, o obscurantismo. Seus aliados? As ciências. Seu objeto? O todo, com o homem dentro. Ou o homem, mas no todo. Sua finalidade? A sabedoria: a felicidade, mas na verdade!” (p.14)
A filosofia é um pensamento livre, que não se detém. Assim, em filosofia tudo é incerto, inclusive o fato de que tudo seja incerto. Até mesmo o cogito, que é considerado a evidência por excelência, pode ser posto em dúvida. Disso conclui-se que, na filosofia, o que nós amamos não é a certeza nem, aliás, a dúvida, mas o próprio pensamento.
Filosofia se faz “por discursos e raciocínios”. Filosofia se faz com palavras, mas com palavras que mais frequentemente designam idéias gerais, noções, conceitos. (Idem,
p.10/1).
“O homem não é causa de si, nem essencialmente senhor de si, nem, menos ainda, transparente a si mesmo. Ele é o resultado de certa história, que o atravessa e o constitui sem que ele saiba. Ele só é o que faz porque é, antes de tudo, o que o faz (seu corpo, seu passado, sua educação...)”