Rousseau

Isadora Thomaz Ribeiro

Rousseau, Contrato Social e Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens

Em suas obras, Rousseau discorre sobre as condições necessárias para a legitimação de uma vida política – “o dever ser de toda ação política” –, e intenta construir uma história hipotética da humanidade, a fim de melhor entendê-la.
Rousseau diferencia-se dos filósofos de sua época por não pertencer à classe burguesa, e ao relativizar os benefícios da difusão do saber tão defendida no século das luzes. Ele questiona o tipo de saber que se difunde, e prioriza a virtude como único motivo genuíno para a prática da ciência. Defende que, de outro modo, as ciências e as artes só fizeram mal à humanidade, criando vícios e corrompendo os indivíduos. Porém, seu uso agora se faz necessário, justamente para corrigir esse mal, distraindo as pessoas de seus instintos ruins.
Em sua análise da trajetória humana, destaca as origens da propriedade privada, apontando-a como a essência da desigualdade que sujeita “todo o gênero humano ao trabalho, à servidão e à miséria”.
O filósofo sustenta, portanto, que somente as convenções legitimam a autoridade entre os homens, e que a igualdade entre os contratantes é fundamental para o estabelecimento de um pacto social que dê liberdade civil a todos – uma liberdade que se limita pela vontade geral –, e que proteja os direitos de cada um. E esse pacto, apesar de reconhecer a tendência de um governo de subjugar seu povo, por ser legitimado pelo próprio povo, garantiria sua libertação, criando uma “conjugação perfeita entre a liberdade e a