Rousseau
Curso de psicologia
Disciplina: filosofia Aluna: Carla Rubinsztejn
O trabalho a seguir pretende observar e destrinchar um pouco mais o primeiro parágrafo da segunda parte do texto “discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”, de J. J. Rousseau. Tal parágrafo serve como uma prévia de todo o desenvolvimento do texto, que tenta explicar a questao do relacionamento intersubjetivo dentro da sociedade civil criada, e muitas questões importantes que acercam tal relacionamento.
À saber: “O primeiro que, tendo cercado um terreno, atreveu-se a dizer: Isto é meu, e encontrou pessoas simples o suficiente para acreditar nele, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassínios, quantas misérias e horrores não teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, houvesse gritado aos seus semelhantes: "Evitai ouvir esse impostor. Estareis perdidos se esque-cerdes que os frutos são de todos e que a terra não é de ninguém!" Porém, ao que tudo indica, então as coisas já haviam chegado ao ponto de não mais poder permanecer como eram, pois essa idéia de propriedade, dependente de muitas idéias anteriores que só puderam nascer sucessivamente, não se formou de uma só vez no espírito humano. Foi necessário fazer-se muitos progressos, adquirir-se muito engenho e luzes, transmiti-los e aumentá-los de século em século, antes de se chegar a esse derradeiro limite do estado de natureza”.
(Jean-Jacques Rousseau – Discurso sobre a Desigualdade – Segunda Parte– pág. 203)
Rousseau interepreta como início da propriedade privada, o momento em que algum homem, impôs que algo era “dele”, e mais importante que isso, nesse dado momento, algum outro homem aceitou tal premissa. Até esse instante factídico, o homem vivia em seu estado natural. Longe de uma sociedade conjunta, e portanto, longe de relações sociais interpessoais, competitivas. O homem natural era