ROUSSEAU ÉTICA
Para Rousseau o centro de referência ética é sempre a comunidade. Ele sustenta a bondade natural do homem, e quanto a legitimação da ordem política, para ele, se encontra no próprio povo soberano, a afim de assegurar a liberdade de todos.
Rousseau, como já mencionado nos capítulos anteriores, possui uma concepção naturalista, visão crítica em relação às ciências e as artes. Aponta para um método empírico que, objetiva o autoconhecimento e o reforço das faculdades necessárias, em conformidade com a natureza para formar um homem útil e bom.
Para ele, a apreensão da verdade moral é feita antes pelos sentimentos que pela razão. Escreveu ele: “O erro da maior parte dos moralistas foi sempre tomar o homem como um ser essencialmente racional. O homem não passa de um ser sensível, que consulta unicamente as suas paixões para agir, e ao qual a razão só serve para remediar as tolices por elas provocadas.”
Conforme seus pensamentos, desde o nascimento, já nos instruímos pela experiência, sendo a memória e a imaginação ainda inativa ou precária, “só se presta atenção àquilo que afeta seus sentidos no momento”. Fiel ao seu princípio, de qual o homem nasce naturalmente bom, Rousseau estima que é preciso partir dos instintos naturais da criança para desenvolvê-los. Assim, a educação dos sentimentos deve preceder a educação da razão.
Outro propósito visado por Rousseau é combater os abusos e não repudiar os mais altos valores humanos. Os abusos centralizam-se, para ele, na perda de consciência a que é conduzido o homem pelo culto dos refinamentos, das mentiras convencionais, da ostentação da inteligência e da cultura, nas quais se busca mais a admiração do próximo do que a satisfação da própria consciência.
Desta maneira, defende a ação política de formar um homem diferente e capaz de reconstruir a sociedade por meio de um contrato social no qual o povo seja soberano. Portanto, defende a reformulação total da sociedade por meio de