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ROUSSEAU E NIETZSCHE: DE COMO A IDEIA DE
NATUREZA ESTABELECE O DEVIR

















































Resumo: O texto estabelece um diálogo entre o pensamento de Jean-Jacques Rousseau e de Nietzsche no que diz respeito ao conceito de natureza e sua relação com o devir.
Palavras-chave: Rousseau – Nietzsche – natureza – esclarecimento.

A ideia de natureza parece contrapor-se à ideia do esclarecimento. A segunda está excessivamente moldada, esculpida pelo homem e a primeira deseja preservar-se dos toques humanos, criando uma espécie de blindagem. Tanto Nietzsche como Rousseau sentem-se atraídos por uma perspectiva da natureza que se vincula ao devir e a uma espécie de sentido em afirmar a vida. Os dois filósofos, cada um a seu modo, enfrentam a razão e suas promessas. Enfrentam desse modo as bases da modernidade em processo desde Descartes.
Enfrentam a tradição da razão e apontam muitas outras forças que estão à disposição do ser humano. Isso não significa negar a razão virando um sonhador e/ou um irracionalista, significa incluir e enfrentar outras formas de conhecer.
Nietzsche rejeita a ideia do além-mundo e contesta os crentes sempre que fazem essa opção. Para ele, essa atitude já indica uma negação da natureza, uma vez que o valor está em aguardar o que não se tem e depreciar o que já está entre nós, se não em nós. A voz do corpo é a voz da natureza, que estabelece o sentido da terra. Não é fora do homem e fora da terra que está a natureza, ela está no homem, na terra, no corpo. Procurar outro mundo significa negar a vida e sua exuberância. Em certo sentido a natureza é a vida e ela se expande no devir para Nietzsche. Devir é fluxo, ele não tem aparência fixa, identidade, finalidade, assim, como diz Sobrinho1: “o mundo aparente em devir é o único existente”.
Nietzsche tem seus referenciais pautados por uma ideia de Natureza que inclusive remete aos mitos. Somos de tal forma tantos que não é suficiente identificar-se com

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