Roteirização de Leituras
Roteirização de Leituras
CASTEL, R. As armadilhas da exclusão In: BÓRGUS, L. et al. (Orgs) Desigualdade e a questão social. São Paulo: Educ, 2000.
O autor traz um estudo sociológico de caráter político e social sobre como a EXCLUSÃO vem se impondo como uma categoria imprecisa para definir todas as modalidades de miséria do mundo: o desempregado de longa duração, o jovem da periferia, o sem teto, inválidos, idosos “economicamente frágeis”, crianças com dificuldades, etc. são exemplos de “excluídos”. Utiliza a França de hoje e a sociedade européia pré-industrial como referência principal para suas reflexões. Estabelece o início dos anos noventa como época de explosão deste tema na mídia e no discurso político. Desde de então a questão da exclusão torna-se a “questão social” por excelência, orquestrada da esquerda à direita do cenário político. Propõe-se a falar das razões que deveriam levar a um uso reservado desse termo, talvez excluí-lo ou substituí-lo por uma NOÇÃO mais apropriada para nomear e analisar os riscos e as fraturas sociais. Alerta que o uso impreciso desta palavra oculta e traduz ao mesmo tempo o estado atual da questão social. E passa a apresentar CARACTERÍSTICAS da exclusão que deveriam permitir um uso controlado da NOCÃO. Tem como pano de fundo os mecanismos de recomposição do capital face à crise, sua flexibilização e desregulamentação do trabalho com conseqüências para o social.
1. A primeira razão para desconfiar da exclusão é a heterogeneidade de seus usos. Ela designa um número imenso de situações diferentes, encobrindo a especificidade de cada um. Não é uma noção analítica. Compara duas situações de exclusão: o desempregado de longa duração e o jovem da periferia. O que ganhamos em compreensão? Falar nestes termos é rotular com uma qualificação negativa que designa a falta, sem dizer no que ela consiste nem de onde provém. Não se analisa