Rosa grena

Fomentadora incansável de um campo ainda pouco explorado no Brasil, Rosa Grena Kliass esclarece: "É arquitetura da paisagem. Eu digo e repito 'arquitetura da paisagem' porque é o nome internacional - não porque seja arquitetura, não, mas porque é o nome internacional". Decidida a atuar na área desde sua formação na FAUUSP na década de 1950, Rosa teve e tem uma participação fundamental no estabelecimento da profissão no País - um trabalho ainda em andamento. Criadora da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas e autora de projetos importantes como a reurbanização do Vale do Anhangabaú e o Parque da Juventude, em São Paulo, e o Parque do Abaeté, em Salvador, segue em pleno exercício profissional e hoje hasteia uma bandeira clara: a criação de uma graduação específica em arquitetura da paisagem. No dia a dia trabalha só, mas estabelece parcerias para cada um de seus projetos. Rosa recebeu a revista AU em seu apartamento, onde abriga também seu escritório.
Em meio a livros, pinturas e gravuras - com obras de Burle Marx, Flávio de Carvalho e Samson Flexor -, contou-nos um pouco de sua trajetória, que se confunde com os primórdios da arquitetura paisagística no País.
O que é arquitetura da paisagem?
Existem três atividades profissionais distintas e fortemente inter-relacionadas que trabalham o desenho do espaço: o urbanismo, a arquitetura e a arquitetura da paisagem. Quando se fala em urbanismo, fala-se de grandes escalas, de organizações complexas, de cidades, rodovias. A arquitetura é, obviamente, o edifício. E a arquitetura paisagística é o desenho do vazio. Digo que o arquiteto paisagista tem síndrome de Deus, porque cria lugares, cria