romeno
A fisionomia específica de cada língua românica foi desenhada pela conjugação dos fatores da história externa e da história interna de cada uma. O substrato, o superstrato e os diversos adstratos, itens fundamentais da história externa, não podem ser ignorados, se quisermos chegar a explicações aceitáveis da diversidade entre as línguas românicas. Por outro lado, as raízes comuns que emergem do latim vulgar justificam as semelhanças, que fazem delas uma família lingüística bem caracterizada.
Nessa perspectiva, o romeno singulariza-se sob vários aspectos dentro da România, mas sem perder seu caráter latino. Representa por isso bom termo de comparação em relação à evolução das outras línguas românicas, ao que todas herdaram do latim vulgar e ao que é próprio de cada uma. Nesse sentido, o romeno, ao lado do sardo, embora sem maior destaque, mereceu atenção especial da área de Filologia Românica na Universidade de São Paulo.
A história externa do romeno inicia-se no século II d.C., quando o imperador Trajano (98-117) conquistou a Dácia numa guerra que durou mais do que o previsto, de 101 a 107. Antes disso, porém, o território da Dácia era percorrido pelos comerciantes romanos, portadores das notícias sobre as riquezas de minas de ouro e sal da região. Consolidadas as conquistas da Panônia e do Ilírico ao leste e Mésia (15 a.C.) e da Trácia ao sul, tendo o rio Danúbio como limite, foram surgindo pequenas cidades ao longo do Danúbio, apoiadas pelos navios romanos e pelas colônias militares. Precedida de tentativas diplomáticas de paz com Decebal, rei da Duras Diurpaneus, a união dos dácios, e de limitadas incursões militares, o imperador Trajano invadiu a Dácia, partindo da Dobrógea e atravessando o Danúbio. Os dois primeiros anos de guerra não foram favoráveis a nenhum dos dois lados e fez-se uma trégua. Trajano recompôs suas legiões e voltou em 105, terminando a conquista no verão de 106. Em 107 foi criada a província