Roma Imperio
A transição da República ao Império foi realizada não sem grandes conflitos e lutas. A estrutura oligárquica de governo, estabelecida durante a República, mostrou-se – no século I – incapaz de integrar efetivamente o enorme território conquistado em toda a bacia do Mediterrâneo. A classe dirigente composta de senadores outorgava-se direitos exclusivos sobre a cidadania, a distribuição dos impostos e as decisões, excluindo, assim, do poder todo e qualquer segmento populacional das províncias. Estas sofriam os abusos de poder, as confiscações e extorsões dos arrecadadores de impostos e embaixadores do Senado romano. O comportamento extremamente conservador da classe senatorial mostrava-se incompatível com a necessidade de atender pelo menos às elites provinciais, tendo em vista manter unificado o território conquistado. Diante dessa situação, os diferentes membros da oligarquia dominante propunham alternativas também diferentes como solução à crise, provocando, assim, entre os partidos e as facções políticas, lutas que se prolongaram por quase um século. O estabelecimento do Império, na verdade, foi a solução política encontrada para assegurar a estabilidade do poder e anular os conflitos existentes entre as várias facções.
FLORENZANO, Maria Beatriz B. O mundo antigo : economia e sociedade. 10 ed. São Paulo : Brasiliense. 1990. p. 84. (Coleção Tudo é História)
Ao lermos esse fragmento, começamos a entender melhor os reais motivos da crise social e política existente na Roma daquela época. Contudo, as questões levantadas pela historiadora apontam apenas alguns dos aspectos políticos desse contexto.
Esse ambiente explosivo começou a mudar com as transformações políticas empreendidas pelo primeiro imperador, Otávio Augusto, que assumiu o poder em Roma no ano de 27 a.C.
O Império Romano
O Período Imperial inicia-se em 27 a.C. e vai até 476 d.C. Podemos dividi-lo em Alto Império (do século I a.C. ao III