3.4 Criação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados As alterações sociodemográficas resultantes do efeito cumulativo da diminuição da mortalidade e da natalidade, assim como o aumento da esperança média de vida, tem-se traduzido em Portugal, no progressivo envelhecimento da população, tal como temos vindo a falar no decorrer do presente trabalho. (Branco, 2010) Este novo quadro sócio-demográfico acarreta consigo uma mudança no perfil das patologias fazendo emergir um conjunto de novas carências de saúde e sociais, que requerem respostas novas e diversificadas que venham satisfazer as necessidades das pessoas idosas com dependência funcional, dos doentes com patologia crónica múltipla e de pessoas com doença incurável em estado avançado e em fase terminal. (idem) Na prossecução destas novas respostas é essencial a instituição de um modelo de intervenção integrado e articulado da saúde e da segurança social, de natureza preventiva, recuperadora e paliativa, envolvendo a participação e colaboração de diversos parceiros sociais, da sociedade civil e do Estado. (idem) Como forma de assegurar as necessidades, as novas respostas devem ser ajustadas aos diferentes grupos de pessoas em situação de dependência e aos diferentes momentos e circunstâncias da própria evolução das doenças e das condições sociais. Simultaneamente, devem também ser facilitadoras da autonomia e da participação dos seus destinatários e seus familiares, desenvolvendo e reforçando as suas competências e capacidades para lidar com a dependência, e com as exigências que esta acarreta na conciliação das obrigações da vida profissional e familiar. (idem) Neste sentido, pretende-se um modelo de atuação que se situe como um novo nível de intervenção de cuidados de saúde e de apoio social, entre os de base comunitária e os de internamento hospitalar. Para tal, é necessário dinamizar a implementação de unidades e equipas de cuidados, financeiramente sustentáveis, baseadas numa