Ritmos

A barbárica interrupção dos ritmos
Seria legítimo saltar do bizantinismo para o românico, ignorando esses três séculos, do VIII, ao X, que são de preparação e não apresentam uma formulação espacial definível através da ilustração de um ou dois exemplos. Foi durante esses séculos que se formou no substrato histórico a consciência da independência italiana e daí desencadeou toda a arquitetura menor e popular, monumentos aparentemente toscos e vulgares mas que foram as origens e as concepções iniciais para o renascimento da arquitetura europeia. Os principais elementos iconográficos e estruturais que formam a originalidade da produção desta época são a super-elevação que é bastante notável, o corredor ou deambulatório que continua o jogo das naves em torno do vão absidal, o engrossamento das paredes e o gosto pela material bruto.
A métrica românica
Diferenciada nas várias tendências exteriores da época, a arquitetura românica constitui o primeiro período em que toda a civilização se agitou sincronicamente em torno de uma mesma renovação do conjunto arquitetônico. A nova arquitetura românica não se trata apenas de uma nova cidade espacial determinada por uma sensibilidade original do vazio arquitetônico, mas sim de dois fatos, a concatenação de todos os elementos do edifício e a métrica espacial. A arquitetura deixa de agir em termos de superfície e se exprime em termos de superfície, estrutura e ossaturas. Ao mesmo tempo que amadurecia a consciência muscular da estrutura houve a abolição definitiva do arco triunfal, o desaparecimento do átrio e maior atenção a fachada.
Os contrastes dimensionais e a continuidade espacial do gótico
Considerar o gótico como a maturação do movimento românico é um dos equívocos mais difundidos da história, apesar de o gótico continuar, aprofundar e concluir a investigação românica do ponto de vista construtivo. O objetivo principal dos arquitetos góticos era criar o espaço, decompô-lo, elevá-lo e dar-lhe forma sem interromper a