Risco de vida e de morte
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Ago. 2009 Dias atrás, muito se veiculou nos meios de comunicação visuais e auditivos sobre o estado de saúde do piloto Felipe Massa. A televisão, considerada o veículo de maior alcance de todos eles, é a que mais denuncia a flutuação nos usos das duas expressões. Apresentadores, locutores e jornalistas, no afã de darem a notícia de primeira mão, usam a expressão que melhor lhes soa aos olhos e ouvidos. Por causa de tal variação, parece inevitável certa curiosidade diante do que se vê e, principalmente, se ouve. A propósito de tais usos, cumprem algumas considerações.
Para melhor compreender as razões de ambos os usos, faz-se necessário lembrar que a língua é um fenômeno social e, como tal, está em franco e diuturno processo de evolução e mudança. Assim, Silva-Corvalán (1989) aborda, dentre outros aspectos, a relação dos fenômenos linguísticos com fatores sociais, tais como a organização sociopolítica e econômica de uma comunidade de fala, fatores individuais, como idade, gênero, etnia e nível de escolaridade, o que justifica o fenômeno da variação.
Com base em tais princípios, as expressões “risco de vida” e “risco de morte” seriam aceitas, indistintamente, já que, como bem mostra Silva-Corvalán, há uma estreita relação dos fenômenos linguísticos com os fatores sociais. Mas, ignorando tal orientação, numa espécie de contramão linguística, há uma outra vertente, a prescritiva, que elege uma ou outra expressão como aceita, ou melhor dizendo, como – correta. Daí, surge e prospera a tese de que se deve empregar apenas uma expressão em detrimento da outra. Veja-se, a seguir, o verdadeiro cerne da questão.
A elipse consiste na figura de linguagem, ou no processo de omissão, intencional ou não, de determinada expressão que pode ser facilmente compreensível pelo