Rio São Francisco
O polêmico e ambicioso Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, conhecido como Projeto da Transposição do Rio São Francisco, foi desenvolvido sob a responsabilidade do Ministério da Integração Nacional entre os anos 2003 e 2006. Segundo o Ministério, é um empreendimento governamental que propõe assegurar oferta de água, em 2025, a cerca de 12 milhões de habitantes de cidades da região semiárida dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
A ideia da transposição, entretanto, não surgiu nesse período. Segundo estudiosos, podem-se destacar períodos históricos onde a transposição foi idealizada e sugerida e nada ou quase nada foi realizado. Em 1847, foi apresentada pelo engenheiro cearense Marcos de Macedo ao Imperador Dom Pedro II como solução para os problemas da seca que atingia o Nordeste, mas nada foi feito.
Quanto aos impactos, sabe-se que foram enumerados alguns positivos e outros negativos em potencial. Entretanto, o impacto real só poderá ser avaliado após a conclusão da obra. Os positivos, além da irrigação e do fornecimento de água à população das cidades beneficiadas, há o suprimento de água para os animais, e melhoria no abastecimento rural, investimento na agricultura familiar, construção de chafarizes públicos, geração de empregos (na fase de execução da obra) – e consequente aumento da renda e do comércio; redução do êxodo rural e de óbitos que têm como causa o consumo de água contaminada ou pela falta d’água
A adversidade climática que sempre castigou os habitantes do semiárido nordestino exige ações e programas que resultem no desenvolvimento socioeconômico da região. Enquanto elas não forem alvo prioritário das autoridades e interessados no assunto a polêmica continuará e as consequências da seca permanecerão por muito mais tempo entranhadas na vida da população daquela área.