Rio madeira
Por José Antonio Sena do Nascimento*
15/12/2010
A energia elétrica é fundamental para o crescimento do país. Por outro lado, em especial na Região Amazônica, aumentam-se as exigências ambientais para qualquer tipo de infraestrutura, inclusive as barragens. A construção das usinas hidrelétricas do rio Madeira, no estado de Rondônia, traz à tona questões relativas à proteção do ecossistema, ao direito das populações afetadas, às alterações nos parâmetros hidrológicos e outras consequências que atestam a vulnerabilidade ambiental, social e econômica da região onde esses empreendimentos estão sendo implantados. Este artigo trata de alguns aspectos, como restrições à exploração dos recursos e a mobilização da sociedade, relacionados aos impactos que as construções terão sobre uma região que vem sendo grandemente modificada pelo ingresso de milhares de trabalhadores e agregados atraídos pelas oportunidades de emprego e comércio.
Aproveitamentos hidrelétricos no Brasil e na Amazônia O aproveitamento do potencial hidrelétrico brasileiro vem sendo realizado desde o início do século XX. Se a princípio as usinas hidrelétricas se concentravam no Sul e Sudeste do Brasil, a crescente demanda relacionada ao desenvolvimento das atividades produtivas, o aumento da população e os novos patamares de consumo fazem com que outras áreas, mais distantes, até então relegadas a segundo plano, sejam consideradas como opção de geração de energia. Entre essas áreas está a Amazônia Brasileira. A construção de barragens para implantação de usinas hidrelétricas (UHE) na bacia do rio Madeira e outros rios amazônicos é considerada pelo setor elétrico como uma necessidade para o desenvolvimento econômico do Brasil e da Amazônia, pois a oferta de energia elétrica atrai novos investimentos, e, com isso, haverá o crescimento da economia local. A região Norte do Brasil é rica em recursos hídricos. Segundo a