rigidez mortis
Número 7 • Outubro de 2008
Em diacom as CIÊNCIAS
NATURAIS
Eduardo Canto
Autor de Ciências Naturais, aprendendo com o cotidiano – Editora Moderna
O que causa o rigor mortis?
A resposta está relacionada à ligação dos filamentos de miosina com os de actina.
O que causa o rigor mortis?
Algum tempo após a morte, os músculos sofrem um enrijecimento, designado pela expressão latina rigor mortis. Essa rigidez cadavérica é especialmente perceptível nas articulações, que passam a oferecer notável resistência à flexão. Dependendo da temperatura do ambiente, pode durar até cerca de 3 dias.
Podemos entender o fenômeno a partir das figuras ൳ a ൶ do número anterior. Elas ilustram como os prolongamentos de miosina atuam como remos, puxando os filamentos de actina e provocando a contração dos sarcômeros, unidades contráteis dos músculos. Essa atuação requer energia, fornecida pela hidrólise de ATP (trifosfato de adenosina), substância de armazenamento da energia química obtida dos alimentos. Um prolongamento de miosina só se desprende do filamento fino quando existe ATP disponível para fornecer a energia necessária ao ciclo ൳ a ൶. As células mortas não produzem ATP e, sem ele, não há o desprendimento representado na figura ൴. Nesse caso, os filamentos grossos permanecem unidos aos finos e os músculos permanecem em rigor até começarem a se decompor.
O estado de rigor mortis, associado aos registros da temperatura ambiente, pode ser usado em
Medicina Forense para avaliar o tempo de morte.
As fibras musculares são todas do mesmo tipo?
Não. Há fibras de contração rápida (levam, por exemplo, de 15 a 40 ms* para se contrair) e fibras de contração mais lenta (40 a 100 ms). Quando examinadas ao microscópio eletrônico, verifica-se que as primeiras possuem poucas mitocôndrias, enquanto as últimas possuem grande quantidade delas.
As fibras de contração rápida são mais requisitadas em atividades como corridas curtas de velocidade e levantamento de pesos, que