Rigidez cadavérica
Sobre a rigidez cadavérica...
Para aqueles que já passaram pela experiência de mexer em um cadáver algumas horas depois da morte devem ter notado que ele se apresentava rígido, em um situação tal que é difícil muda-lo de posição (como flexionar uma de suas articulações).
Por mais surpreendente que isso possa parecer, muitas pessoas já mexeram em um cadáver. Calma. Não me refiro exclusivamente a um cadáver humano. Mas quando aquele seu cachorrinho morreu no seu quintal, alguém teve de removê-lo dali, certo? Para evitar fotos de cadáveres humanos, optei por exemplificar a rigidez cadavérica com a foto de dois peixes (veja ao lado). O da esquerda já atingiu a rigidez, ao passo que o da direita ainda não.
Como tive uma formação científica com mais ênfase nas biológicas, sempre me perguntei como esse fenômeno, chamado de rigor cadavérico (ou rigor mortis), se ocorria. Depois de começar a trabalhar com perícia criminal, me flagrei buscando respostas nesse sentido e encontrei algumas explicações. Descrevo aqui aquela que me fez mais sentido sob a ótica fisiológica e celular.
Pois bem, quando passei a procurar uma resposta convincente eu contava apenas com as seguintes informações sobre o processo:
1) o momento de início do rigor cadavérico pode variar com a temperatura ambiente, mas geralmente ocorre entre 2 e 4h após a morte e começa pelos músculos menores e por aqueles mais ativos antes da morte (há quem afirme que o fenômeno ocorre imediatamente após a morte em pessoas que entram em óbito em momentos de estresse físico e emocional extremos, mas são muito raros);
2) seu estado de rigidez máxima se estabelece por volta da 12a hora post mortem, cessando gradativamente até 36h da morte;
3) o rigor mortis pode ser prolongado por baixar temperaturas (há relatos de corpos em rigidez por 16 a 28 dias quando mantidos à 4 graus Celsius).
Já era de se imaginar que a rigidez cadavérica tivesse algo a ver com contração