Ricardo reis
2. Perfil poético e filosofia de vida Ricardo Reis, heterónimo de Fernando Pessoa, é o poeta clássico, da serenidade epicurista, que aceita, com calma lucidez, a relatividade e a fugacidade de todas as coisas, como se comprova em poemas como “Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio”, “Prefiro rosas, meu amor, à pátria” ou “Segue o teu destino”. Na verdade, estas composições mostram aceita a antiga crença nos deuses, enquanto disciplinadora das nossas emoções e sentimentos, mas defende, sobretudo, a busca de uma felicidade relativa alcançada pela indiferença à perturbação. A filosofia de Ricardo Reis é a de um epicurismo triste, pois defende o prazer do momento, o “carpe diem”, como caminho da felicidade, mas sem ceder aos impulsos dos instintos. Apesar deste prazer que procura e da felicidade que deseja alcançar, considera que nunca se consegue a verdadeira calma e tranquilidade – ataraxia. Propõe assim uma filosofia de vida de base moralista, pois pretende levar os outros a adoptar a sua filosofia de vida. Por outro lado, intelectualiza as emoções e aborda a temática da miséria da condição humana do FATUM (destino), da velhice, da irreversibilidade da morte e da efemeridade da vida. Mostra total aceitação do Fado, da ordem natural das coisas; A sua filosofia moral segue os princípios do epicurismo e uma filosofia estóica: - “Carpe diem” (aproveita o dia), ou seja, aproveita a vida em cada dia, como caminho da felicidade; - Buscar a felicidade