rf 2425
NIETZSCHE:
a good way to be thankful to his master
Antonio Edmilson Paschoal
Doutor em Filosofia, Unicamp, Campinas, SP. Professor do Programa de Pós-Graduação em
Filosofia da PUCPR, Curitiba, PR - Brasil, e-mail: antonio.paschoal@puc.pr.br
Resumo
Abordaremos neste artigo certos aspectos do pensamento de Nietzsche, explicitados em alguns textos da época em que foi professor de Filologia
Clássica na Universidade de Basel, com o objetivo de ressaltar a distância pontuada por ele em relação a seu mestre – Arthur Schopenhauer – já naquele período. Essa distância bem como uma discrepância de intenções entre ambos faz com que o jovem Nietzsche retribua bem ao seu mestre na medida em que não permanece “apenas discípulo”.
Palavras-chave: Schopenhauer; Nietzsche; Vontade; Representação;
Razão; Intuição.
Abstract
In this article we intend to analyze some aspects of Nietzsche’s thought, which was elaborated in some texts during the time he was a classical philology professor at Basel University. Thus, we aim at emphasizing the distance that, already in that period, he had deepened with regard to his master – Arthur Schopenhauer. This distance,
Rev. Filos., Aurora, Curitiba, v. 20, n. 27, p. 337-350, jul./dez. 2008
Antonio Edmilson Paschoal
338
together with a discrepancy between both thinkers, caused that
Nietzsche fairly reciprocated to his master and, consequently, did not remain a “mere disciple”
Keywords: Schopenhauer; Nietzsche; Will; Representation; Reason;
Insight.
“Retribui-se mal um mestre, quando se permanece sempre e somente discípulo”
Assim falou Zaratustra
Apresentação
A busca de Nietzsche por um mestre parece ter chegado a um termo em 1865, quando ele muda para Leipzig e ali, num velho antiquário, encontra a obra O mundo como vontade e representação, de Arthur Schopenhauer. De fato, há um consenso entre os comentadores da filosofia de Nietzsche quanto à forte influência exercida por Schopenhauer sobre seus