Revolução Verde: impactos e alternativas ao seu sistema de produção

Revolução Verde: impactos e alternativas ao seu sistema de produção

Ariane Batista de Almeida Barbosa
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil
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1 INTRODUÇÃO
A Revolução Verde norteou o desenvolvimento da agricultura moderna, utilizando a tecnologia como base, e inicialmente propunha-se a ser uma solução para a problemática da fome mundial. Apesar de ter apresentado resultados positivos com relação ao aumento da produtividade e à queda no preço dos alimentos, trouxe diversos impactos ambientais, sociais e econômicos, além de não cumprir com a meta inicial de solucionar a fome. A desigualdade social, a dependência da tecnologia e a industrialização da agricultura são algumas das principais consequências deste evento, de forma que os prejuízos causados pela Revolução Verde e seus desdobramentos são muito superiores aos seus benefícios. Uma vez que verificou-se que o sistema de produção convencional não é sustentável, é preciso buscar formas de agricultura alternativas, baseadas na preservação dos recursos naturais, na valorização da relação homem-natureza, na busca pela igualdade social, e no princípio da soberania alimentar, de forma que o problema da fome seja solucionado, através de mudanças nas esferas política, social, cultural, e econômica.

2 DESENVOLVIMENTO
A Revolução verde, iniciada na década de 60, é considerada o evento responsável por modernizar a agricultura, através da utilização de novas tecnologias, oriundas principalmente da Segunda Guerra Mundial. A aplicação de maquinário pesado, insumos e agrotóxicos, em larga escala, visava à maximização da produção agrícola mundial, e foi proposta aos países menos desenvolvidos como uma solução para o problema da fome (CONWAY, 2003). Financiados pela fundação ROCKEFELLER, estudos foram realizados no México, com o objetivo de melhorar o rendimento de culturas alimentares básicas, como o feijão, o milho e o trigo. Variedades melhoradas foram desenvolvidas e incorporadas à