Revolução Russa
A Rússia antes da Revolução
No final do século XIX, o Império Russo era um dos países mais atrasados da Europa. Contando uma grande população camponesa, miserável e analfabeta, o país ainda vivia resquícios do feudalismo. Prova disso, é o fato da servidão ter sido abolida somente no ano de 1861. Nesse momento, milhões de servos, que antes viviam presos à terra de seus senhores, foram libertos, sem que as mínimas condições lhes fossem dadas para que pudessem desenvolver o seu potencial econômico.
Em completo desacordo com a maioria dos países da Europa Ocidental, que há tempos haviam adotado regimes de caráter liberal, a Rússia ainda vivia sob o governo de um monarca absolutista. Não havia instituições legais que limitassem o poder do czar e ele governava segundo os princípios da tradição e os interesses das classes mais poderosas (nobreza rural, oficiais do exército, representantes da Igreja Ortodoxa, funcionários públicos e industriais).
A oposição
A industrialização da Rússia se deu tardiamente. Através de investimentos estrangeiros, grandes parques industriais foram se formando em cidades como São Petersburgo e Moscou. Nessas cidades, a vida dos operários era tão difícil e sofrida quanto a dos camponeses. As jornadas eram longas, os salários baixos e não existia uma legislação trabalhista que protegesse os trabalhadores. Diante da dramática situação, movimentos de caráter reivindicatório surgiram no meio operário russo.
Esses movimentos receberam a influencia de várias correntes políticas estrangeiras e passaram a se opor sistematicamente ao governo absolutista do czar. Dentre essas influências, a que mais se destacou foi o marxismo, doutrina criada pelo pensador alemão Karl Marx, e que prega o fim inevitável do capitalismo e a instauração de uma sociedade socialista.
Em 1903, contudo, os marxistas russos se dividiram com relação à forma de ação, e dois grupos acabaram sendo formados:
Bolcheviques: “maioria”, defendia a deposição