Revolução Praieira
No final do século XVIII, quando o café apareceu como um novo hábito de consumo dos europeus. A França inaugurou, ainda no século XVII, cafeterias para a venda de café turco. No século seguinte, esses estabelecimentos transformaram-se em salões literários, frequentados por intelectuais e artistas, como os ilustrados Voltaire, Rousseau e Diderot. Foi um sucesso, embora o preço do café ainda fosse inacessível à maioria da população.
A crescente procura pelo café fez com que novas áreas de cultivo surgissem em várias partes do mundo. Com o aumento da oferta, o preço caiu e o consumo ampliou. Os países europeus estimularam a produção em suas colônias, e os portugueses não ficaram atrás. Os cafezais, assim, espalharam-se rapidamente por várias áreas do Brasil e sua produção se ampliou de maneira espetacular.
O café do vale
No início do século XIX, o Vale do Paraíba era uma região de passagem entre Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais (os chamados “caminhos do ouro”), parcialmente ocupada por vários povos indígenas e por sítios de produção de alimentos e ranchos ou pousos, que abasteciam de feijão, milho e mandioca os viajantes e suas tropas.
Desde a vinda da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808, as terras do Vale do Paraíba Fluminense foram concedidas aos novos produtores cafeeiros em regime de sesmaria. Muitos comerciantes e personagens da burocracia portuguesa do Rio de Janeiro foram beneficiados com as concessões, assim como produtores e comerciantes de Minas Gerais, que para lá se dirigiram, todos solicitando porções de terras.
Detendo o título legal da propriedade da terra, esses novos cafeicultores investiram contra os antigos posseiros. As disputas judiciais foram frequentes, na maior parte das vezes com a vitória de novos proprietários. Até mesmo os grupos indígenas foram expulsos. Formaram-se, dessa forma, grandes unidades cafeicultoras destinadas à exportação.
Era, portanto, uma agricultura extensiva, que consumia