Revolução praieira
Um Estudo de Caso em Areia/ Pb1
1. Introdução
Em poucos instantes, a luta estava à altura da Rua do Grude, onde se feriu o combate final, com os revoltosos entrincheirados por trás da gameleira e da cadeia velha, em cujos redutos dispararam os últimos cartuchos. Às quatro da tarde, depois de quase oito horas de combate, estava tomada a cidadela.3
Os revolucionários não ficaram mais do que três dias na cidade de Areia, mas foi o tempo necessário para ali ocorrer uma das maiores batalhas travadas na chamada região do brejo paraibano.
Em meados do século XIX, a economia nacional atravessava um processo de redefinição das áreas centralizadoras dos produtos na exportação. Tal fato explica-se pela decadência da agricultura tradicional que enfrentava problemas com a concorrência e oscilação dos preços no mercado internacional, bem como pela incapacidade de reestruturar-se através da aplicação de capitais, renovação das técnicas e suprimento da mão-de-obra. Essa realidade veio neutralizar as regiões Norte e Nordeste e, dessa forma, a Corte instalada no Rio de Janeiro e o cultivo do café no sudeste tornaram o sul do país o novo pólo econômico nacional.
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Trabalho inédito de 1995, sob orientação das professoras Ms. Joana Neves e Ms. Regina
Célia Gonçalves, do curso de História da UFPB/ Campus I.
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Professor do Colegiado de Pedagogia da UNIOESTE/ Cascavel, doutorando em História pela UNESP/ Assis e membro do Grupo de Pesquisa História e Historiografia na
Educação e do PECLA – Pesquisa em Educação, Cultura, Linguagens e Arte/
UNIOESTE.
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ALMEIDA, Horácio de. Brejo de Areia. Memórias de um Município. João Pessoa:
Editora Universitária/UFPb, 1980, p. 56.
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As mudanças não eram apenas de ordem econômica, mas também, política. Em 1847, D. Pedro II criou o cargo de presidente do Conselho de Ministros, ou Chefe do Gabinete, dando origem ao parlamentarismo tupiniquim. O imperador nomeava o primeiro ministro e este indicava os