Revolução Industrial
A TERCEIRA REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL
Capítulo Um
A VERDADEIRA CRISE
ECONÔMICA QUE
TODOS ESQUECERAM
E
ram cinco da manhã e eu corria em minha esteira, ouvindo as primeiras notícias na TV a cabo quando atentei à fala animada de um repórter sobre um novo movimento político que se apresentava como “Tea Party”
(Partido do Chá). Saí da esteira sem saber se tinha ouvido corretamente. Na tela, americanos de meia-idade irritados empunhavam bandeiras amarelas com os dizeres: “Chega de ser pisado!”, e a insígnia de uma cobra enrolada. Outros empurravam placas em direção à câmera e declaravam: “Chega de impostos sem representação”, “Fechem as fronteiras”, e “Mudança climática é uma enganação”. O repórter, que mal se podia ouvir em meio aos gritos, dizia algo sobre um movimento popular espontâneo que se espalhava como fogo por todo o continente, protestando contra o governo em Washington, DC, e políticos de carreira, liberais que só queriam enriquecer à custa de seus constituintes. Eu não acreditei no que estava vendo e ouvindo.
Era como se testemunhasse uma inversão perversa de algo que eu organizara quase quarenta anos atrás. Seria algum tipo de maldição cósmica?
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A TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
O PARTIDO DO PETRÓLEO DE BOSTON DE 1973
Era 16 de dezembro de 1973. A neve caía logo depois do nascer do sol. Senti um vento gelado na face enquanto me aproximava de Faneuil Hall, no centro de Boston, que fora o local de encontro onde agitadores e radicais, como
Sam Adams e Joseph Warren, protestaram contra as políticas colonialistas do
Rei George III e seus emissários corporativos – sendo mais notório e odiado a
Companhia das Índias Ocidentais Britânicas.
A cidade parou durante semanas. O trânsito, que em geral era intenso e com frequência congestionava a cidade, ficou tranquilo durante vários dias, em grande parte porque muitos postos de gasolina estavam sem combustível. Nos poucos postos que ainda havia gasolina, os motoristas