Revolução francesa
Marina Moraes dos Santos Berbereia
Da miséria camponesa à Revolução Francesa
A força camponesa no início da revolução
O século XVIII foi marcado por inúmeras lutas de resistência por parte da população camponesa. A situação de precariedade foi o que motivou os homens do campo a se insurgirem contra seus exploradores. Os conflitos se espalharam pela França, gerando o receio em todas as ordens sociais, os camponeses então tiveram a dimensão da sua força.
“ O número de nossas crianças nos desespera, não temos como alimentá-los, vesti-los: muitos de nós tem oito ou nove filhos.” Habitantes de La Cauré, em um caderno de queixas. Em meados de 1789, os camponeses possuíam uma parte considerável do solo francês, porém, como eram numerosos, a terra era partilhada e muitos ficavam com uma pedaço mínimo ou até mesmo com nada. No Norte da França, por exemplo, 77% da população não possuíam nem um hectare .Essa situação dificultava a subsistência desses homens, pois com a escassez de terras, não conseguiam produzir o suficiente para pagar os encargos, os impostos e se alimentarem. Dessa forma, as propriedades arrendadas eram freqüentemente invadidas, havendo inclusive reivindicações para que terras reais e do clero fossem distribuídas.
Camponesa ceifando A colheita para o camponês representava sua fonte de vida, seu trabalho, seu futuro. No inverno, período em que ela era comprometida, eles viviam de acordo com o estoque guardado da colheita anterior, e caso esta não tivesse sido muito proveitosa, tinha-se a certeza de tempos de fome. Além disso, os comerciantes, agindo de acordo com os grandes proprietários, direcionavam parte do que era colhido para vender em outras regiões a bons preços, o que indignava muitos camponeses. A vida desses homens era vulnerável, não apenas pelas variações climáticas que afetavam a produção dos alimentos,