revolução francesa
A N T E C E D E N T E S
A França tomada pelo Antigo Regime era um grande edifício construído por cincoenta gerações, por mais de quinhentos anos. As suas fundações mais antigas e mais profundas eram obras da Igreja, estabelecidas durante mil e trezentos anos.
A sociedade francesa do século XVIII mantinha a divisão em três Ordens ou Estados típica do Antigo Regime – Clero ou Primeiro Estado, Nobreza ou Segundo Estado, e Povo ou Terceiro Estado – cada qual regendo-se por leis próprias (privilégios), com um Rei absoluto (ou seja, um rei que detinha um poder supremo independente) no topo da hierarquia dos Estados. O rei fora antes de tudo o obreiro da unidade nacional através do seu poder independente das Ordens, significando que era ele quem tinha a última palavra sobre a justiça, a economia, a diplomacia, a paz e a guerra, e quem se lhe opusesse teria como destino a prisão da Bastilha.
Com a exceção da nobreza rural, a riqueza das restantes classes sociais na França tinha crescido imensamente nas últimas décadas e o crescimento da indústria era notável.
Existia uma Bolsa de Valores, vários bancos e uma caixa de Desconto com um capital de cem milhões que emitia notas.
Desde a morte do rei Luís XIV , o comércio com o exterior tinha mais do que quadruplicado. Em 1788, eram 1,061 milhões de livres, um valor que só se voltará a verificar depois de 1848 e os grandes portos, como Marselha, Bordéus, Nantes, floresciam como grandes centros cosmopolitas. O comércio interior seguia uma ascensão paralela.
Sabendo-se que existia uma burguesia tão enriquecida, muitos historiadores colocaram a hipótese de haver uma massa enorme de camponeses famintos.
Ao longo da história, a miséria tem provocado muitos motins, mas em regra não provoca revoluções. A situação da Franca, antes da Revolução era a de um Estado pobre num